Balanço

Realizo o balanço da actividade entre aqueles que eram os pontos de partida e aqueles que são, até agora, os resultados.
Por um lado, gostaria de sublinhar que, apesar de este ser o último Relatório pedido, o projecto irá continuar ao longo de Dezembro, encontrando-se neste momento na fase final de recolha de informação.

Segue-se o tratamento do material em vista da sua publicação on-line. Este é o principal objecto a ser gerado por este projecto de investigação, adequado à sua natureza teórica, funcionando como arquivo de informação e plataforma de contacto. Este sítio funcionará como ponto de partida para a investigação de uma área abrangente na sua interdisciplinariedade e nas suas variações nacionais. Em vez de tentar mapear a totalidade de projectos, procura-se apresentar, de forma séria, o potencial artístico e social das Artes Comunitárias/ na Comunidade. Aqui, também, se procura que um gesto local se possa tornar um exemplo global.


Deste modo, Dezembro marca a fase final deste processo. As tarefas a realizar são:
- transcrição de entrevistas;
- edição e publicação do sítio Localismos: recolha de imagens, redacção de textos, programação informática, divulgação;
- realização de uma apresentação pública do material (local a definir).


Em termo temáticos, a natureza do projecto foi, naturalmente, influenciada pelo seu processo.
Ao longo das entrevistas apercebi-me de que nem todos os exemplos se adequavam ao mesmo tema: Artes Comunitárias/ na Comunidade. No início, quis ter um largo espectro da actividade, do mais comercial ao mais pedagógico, mas entretanto apercebi-me de que talvez estivesse a afastar-me do tema. Creio que essa abrangência pode ser representada entre a StadsSpelen e a Mobile Arts e, no outro extremo, a Formaat e a Community Art Lab. Por esta perspectiva, faltam ainda os contactos com a Mediamatic e a DeBalie, referências na área e no meio artístico holandês.
Assim, dei prioridade a dois novos projectos, FabLab e Community Art Lab, que se revelaram bem mais em linha com os pressupostos deste trabalho do que, por exemplo, a Stroom e a Jan Van Eyck Akademie (um centro cultural e uma escola). Ainda assim, farão parte da lista de ligações do sítio, complementado as possibilidades de pesquisa.


Ainda na linha de uma reflexão, gostaria ainda de fazer uma nota relativa ao potencial futuro do projecto, que se foi tornando claro durante este processo:

- Interesse das instituições holandesas numa versão em inglês do projecto:
Naturalmente, há interesse por parte das instituições em verem o seu trabalho estendido em língua portuguesa. Mas, por outro lado, este projecto serviu, numa pequena escala, para mapear alguma da actividade destas organizações que simbolizam um período de políticas culturais holandesas. Aliás, o tema da políticas culturais não estava presente no projecto inicial e, pouco a pouco, foi tornando-se inevitável.

- Produção de literatura sobre a actividade, em português:
Qualquer actividade, sobretudo artística, materializa-se também em teoria. O questionamento de conceitos, o delinear de questões críticas, o estímulo à discussão, são contributos importantes à prática das Artes Comunitárias/ na Comunidade e elementos essencais no planeamento de políticas culturais de âmbito local e nacional. Este projecto está a produzir um ensaio, 9 entrevistas, apresentado também vários projectos práticos.

- Networking entre entidades portuguesas:
Esta é, claro, a aspiração última deste trabalho: ser capaz de influenciar os artistas portuguesas e os projectos existentes de modo a que comuniquem, interajam, criem eles próprios uma comunidade capaz de influenciar políticas locais, promover a integração, questionar a cidadania. Se este sítio pode funcionar com um ponto de cruzamento, uma rede social virtual poderia ser o passo seguinte, uma plataforma de troca de informação e promoção de eventos, que antecedesse a institucionalização de uma rede real, de pessoas e projectos em acção e mobilidade.



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